terça-feira, 11 de maio de 2010

Expansão da UnB e Políticas Internas

Nos últimos anos, a UnB passou por um intenso processo de expansão, assim como outras universidades federais, que se apresenta de forma paradoxal. Se, por um lado, podemos ver como positiva a iniciativa do governo em abrir novas universidades públicas ou novos campi em universidades já existentes, que permite a contratação de novos docentes e funcionários, devemos também criticar o modo como essa expansão vem sendo realizada.

Temos visto na UnB a abertura de novas faculdades e novos cursos sem que existam as condições necessárias de infra-estrutura física e acadêmica para garantir um ensino de qualidade. As condições de trabalho, expostas cruamente pelos docentes recém- contratados, não deixam lugar a posicionamentos confusos. As novas contratações realizadas na UnB abriram espaço a uma brutal disputa entre departamentos ou grupos em que o critério produtivista-burocrático se impõe sobre qualquer outra discussão mais aprofundada sobre o assunto. Reivindicamos a retomada da discussão sobre o processo de expansão da UnB para garantir que novos cursos ou unidades só sejam abertos com a garantia da necessária infra-estrutura e após uma profunda discussão na comunidade universitária e na sociedade.

Além disso, a expansão e a contratação de novos docentes deve ser feita à luz de uma política de integração ensino-pesquisa-extensão, de forma a não se contratar novos docentes pensando unicamente na expansão da graduação, deixando-os à margem da pesquisa, da pós-graduação e da extensão, constituindo-se em docentes que são postos numa posição que parece periférica ou incompleta frente à potencialidade da vida universitária. Paradoxalmente, o que temos observado nas recentes contratações é a adoção de critérios de avaliação de estágio probatório destes docentes com exigência de produção científica semelhante à de docentes que atuam regularmente em pesquisa, sem que lhes sejam dadas iguais condições de trabalho.

Entendemos que os docentes recém-contratados demandam atenção especial por parte da UnB para que possam se inserir em grupos de pesquisa pré-existentes e iniciar o processo que os levará posteriormente a integrar os quadros de docentes da pós-graduação. Isso demanda da universidade a adoção de uma política clara de pesquisa e pós-graduação com o objetivo não só de apoiar os grupos de pesquisa já consolidados, mas também de criar as condições de sua renovação com novos pesquisadores e para que grupos em vias de consolidação ou emergentes possam se desenvolver. Ainda, deve-se reivindicar o estabelecimento de critérios transparentes de distribuição de recursos de pesquisa e pós-graduação no interior da instituição, por meio de diagnóstico prévio das principais modalidades de demandas e a definição de critérios de atendimento por meio de editais públicos, observados os princípios de inclusão e renovação.

Defendemos ainda que a UnB adote os mecanismos de gestão necessários para garantir a plena realização de pesquisas científicas. Durante os últimos 15 anos, grande parte das pesquisas de grande porte foi operacionalizada, do o ponto de vista administrativo, pelas chamadas fundações de apoio. Entretanto, investigações do Ministério Público tanto federal quanto local, e de outros organismos de controle, indicam que a maior parte delas desviava-se das funções para as que haviam sido criadas. Esses desvios deram origem a uma série de denúncias sobre o mau uso do dinheiro público que, na UnB, abriu uma crise sem precedentes . Uma das consequências dessa crise foi a não-renovação do credenciamento das fundações existentes na UnB. Com isso, se impõe que lutemos para que a UnB torne viáveis os mecanismos adequados de modo que pesquisas, principalmente as de grande porte, possam ser desenvolvidas sem problemas no âmbito da UnB.

Posicionamo-nos contra qualquer forma de precarização do trabalho na UnB. Nesse sentido, defendemos que a UnB trabalhe tendo como objetivo final o fim das terceirizações e a abertura de concursos públicos para admissão na carreira técnico-administrativa Defendemos ainda que a terceirização só seja mantida como medida excepcional em casos de funções que não existam na carreira de servidor público, mantendo um estrito controle desse processo para evitar os abusos denunciados recentemente.

Articulada às precarizações das relações de trabalho na universidade, para o desmonte do tripé ideal (ensino, pesquisa e extensão), está a privatização, por meio da parceria público-privada e/ou pela contratação de empresas que subsidiam os serviços prestados à comunidade interna e externa, direcionando as pesquisas e retirando a autonomia dos pesquisadores. Nesse caminho, a extensão e a pesquisa apontam para o objetivo exclusivo do lucro, em detrimento do papel social que a universidade deve cumprir.

Defendemos ainda a realização do Congresso Estatuinte Paritário, já aprovado no Consuni e ainda não convocado. Entendemos que a realização deste Congresso permitirá à Comunidade Universitária discutir plena e profundamente, e fora de um contexto eleitoral, questões importantes relacionadas ao modelo de gestão democrático que propomos.

Reafirmamos, por fim, que a expansão da UnB é de extrema importância, mas deve ser feita com responsabilidade e reais condições de trabalho e estudo a docentes, funcionários técnico-administrativos e corpo discente.

Vote CHAPA 2 – Participação e Luta

Quando se apresenta uma coisa por outra

Por Pedro Russi
Chapa 2 – Participação e Luta

Vou avançar analiticamente sobre algumas ações apresentadas pela atual diretoria no programa da Chapa 1. Para quê? Pelo simples e precioso sentido de conhecer quando um texto/programa apresenta uma coisa por outra. Isto é, atividades realizadas na gestão da atual ADUnB que não são atividades de fundo, porque não têm uma repercussão clara e intensa no desenvolvimento de uma categoria que hoje está sendo ameaçada simbólica e factualmente pelo recorte salarial. Eis algumas questões.

Como entender e concordar com uma diretoria que, diante do atual momento, no último Boletim (Ano 32 – N°2-2010) apresenta como página inicial uma matéria sobre o acompanhamento na gravidez “Trabalho de perto” (trocadilho pouco original: perto-parto). Pergunto: qual é o âmbito analítico, dessa diretoria, no cenário da greve? Aliás, somente dois boletins no cenário de uma GREVE que durou dois meses? Veja-se que as páginas (4-5) não informam nada além de uma cronologia-historiografia do calendário da greve (Março-Abril; mas o boletim foi entregue em Maio).
Interessante: qual o motivo de não haver uma entrevista ou nota com a candidata à diretoria da Chapa 2, quando existe na página 7 uma nota do candidato da Chapa 1? Chama-se de ‘uso da máquina’.
Se os meios de comunicação são chaves no centro de uma “luta simbólica” – muitas vezes assinalado pela atual diretoria –, porque não foi utilizado esse meio impresso para tornar pública a situação dos trabalhadores da UnB? Não teria sido através do Boletim-da-ADUnB o momento de uma estacada essencial? É nessas instâncias que se percebe a falta de critério e visão dos “comprometidos” com os servidores.

Simplesmente disponibilizar um espaço para “lazer” dos professores é garantia de apropriação e vivencia do entretenimento? Ter mesa de pingue-pongue, sinuca, totó (totó?)… Isso é pensar no professor? Não teria sido mais interessante, na Casa do Professor, ter um espaço para leitura (livros, jornais, café), encontro e conversa com outros professores, às vezes de outras universidades nacionais e estrangeiras? Isso falta na UnB e, obviamente, nas ações realizadas pela diretoria atual e nas propostas da Chapa 1 nem se pensa nisso. Cadê as palestras, os lançamentos de livros, discussões temáticas? Porém, mais totó!

É por isso que na Casa do Professor as únicas atividades culturais foram Show e Happy Hour. Era essa a intenção do Happy Hour da “vitória-Felicidade”? A rigor, nada contra tais atividades, mas contra o fato de apresentar uma coisa por outra.

“Aumento na participação das assembleias” – é interessante perceber quando o óbvio torna-se novidade. Explico-me: se existe uma categoria com salário reduzido em 26,05%, e com indicativo de greve, obviamente que, por algo básico chamado “sobrevivência” ou sentimental denominado “amor próprio”, o professor se interesse pela sua situação. Pode tal fato, a rigor, ser entendido como mérito? Leia-se o mesmo na situação do aumento dos sindicalizados. O que você faria se ao ingressar como professor na UnB recebe a noticia de que somente será paga a URP para os sindicalizados?

Pode-se chamar de proposta importante e de fundo a “reativação do convênio com o clube ASBAC”? Ao invés de tornar significativo o espaço disponível na UnB - com eventos culturais, políticos, analíticos, cinema para as crianças – eles acentuam uma ação que dispersa as pessoas!!! Cadê o sentido de pertinência? Um ato simples e administrativo deve ser reconhecido como atividade medular de um sindicato?

“Cadastrar patrimônio da ADUnB”? Qual é o mérito essencial dessa ação para um sindicato? “Renovação de computadores para melhor servir nossos associados” quando os ‘servidores’ (professores) não necessitam de computadores porque a própria dinâmica profissional demanda o acesso a tal equipamento nas instâncias particulares, das faculdades e/ou departamentos.
Em outro ponto; diz-se no programa da Chapa 1 que foi realizada a:

“Valorização do Professor – a diretoria realizou campanhas publicitárias que despertaram a comunidade para a importância do trabalho do professor da UnB. Campanhas como ‘o homem não é uma animal’ E ‘UnB para se lembrar’ fizeram parte desta plataforma.”

“…a diretoria realizou campanhas publicitárias…” Nesse momento, sim, foi necessário o gasto em publicidade? Qual o sentido? Qual a razão para que minha contribuição seja “investida” nessa tal campanha de “valorização”? Em que contexto foi decidido? Não teria sido o momento da GREVE importante para valorizar o professor? Campanhas? (destaco o plural). De qual “valorização” estamos falando?

“…que despertaram a comunidade para a importância do trabalho do professor da UnB”  Não vi, nem escutei da comunidade, essa importância. As primeiras palavras de jornalistas e alheios à UnB foram de que os professores ‘queriam estender as férias’. Se naquele momento das campanhas foi importante destacar o trabalho do professor, o que dizer na conjuntura atual?

Campanha: “o homem não é um animal”  Um ponto mais grave: para quem foi direcionada essa campanha, teve um estudo justificando-a? O lugar comum não seria o sustento dessa ação? O que torna valorizado ao professor? Uma-duas-três-quatro… campanhas? Aliás, se por uma ou duas campanhas vamos valorizar os professores automaticamente, então a proposta tem como princípio a relação causa efeito (AB) negando, portanto, o sapiens sapiens do homo.

Se no meio de uma greve o tema central do Boletim n°2-2010 é “trabalho de perto” (parto), no mínimo, como sindicalizado, permito-me questionar de que lugar esta diretoria está entendendo as várias circunstâncias atuais da UnB? Além da situação da greve, é essa a comunicação central e valorizadora de um sindicato interessado e comprometido com a categoria?
“UnB para se lembrar”; exatamente porque lembro, falo: não apresentem uma coisa por outra.

Participação e Luta para o fortalecimento do ANDES – Sindicato Nacional

Nesta terça e quarta-feira estarão sendo realizadas as eleições para o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições e Ensino Superior – ANDES-SN. Desta vez não irá ocorrer o sempre bem vindo debate resultante da apresentação de diferentes programas por diferentes chapas. A apresentação de uma chapa única não deve, entretanto, postar-se como desestímulo à participação dos docentes no processo eleitoral. O voto, neste caso, serve para contabilizar o apoio do corpo docente ao nosso Sindicato, que tem, nos últimos trinta anos, construído importantes vitórias para o projeto de universidade pública, gratuita e socialmente referenciada.

Este apoio, através do voto, é também a nossa manifestação de indignação às ocorrências recentes, que provocaram a suspensão arbitrária do registro sindical do ANDES pelo Ministério do Trabalho em 2003, apesar de ter sua legitimidade reconhecida por decisões transitadas em julgado tanto no STJ quanto no STF. O governo federal, além de agir administrativamente para a suspensão do registro, apoiou a criação de uma outra entidade sindical, o PROIFES, procurando desvincular as Universidades Federais das demais entidades de ensino superior, na tentativa clara de dividir a classe docente. Ligada à CUT, central da base de apoio governista, esta entidade sustentaria a farsa da negociação, protegendo o governo de quaisquer embaraços advindos da luta por nossas reivindicações. É memorável a assembleia de criação do PROIFES, em setembro de 2008, realizada na sede da CUT, em que centenas de professores, vindos em caravanas de todas as regiões do país, foram impedidos de participar. Esta assembleia caracteriza o modus operandi da CUT em seu atual papel de defesa do governo: forte segurança, sem a presença da imprensa e sem a presença dos principais interessados na tomada de decisões acerca de sua organização sindical – os professores.

O ANDES reconquistou recentemente o seu registro, em junho de 2009. O PROIFES continua seus ataques através da proposta de ações à justiça, incluindo tentativas de enfraquecimento do âmbito de ação de nosso sindicato. É neste contexto que ganha importância a reafirmação de apoio ao nosso sindicato, apoio que deve também ser contabilizado através do voto.

Participe e Lute pelo Fortalecimento do ANDES-SN! Confira os locais de votação:

SEÇÃO I
SEDE DA ADUnB-S.Sind.
Dia 11/05: 8h30 às 21h
Dia 12/05: 8h30 às 21h

Aposentados
Eleitores sem lotação ou outras lotações
Sindicalizados Via VPR (ANDES-SN)
Eleitores

SEÇÃO II - IDA
Dia 11/05: 8h30 às 18:00h
Dia 12/5: 8h30 às 18h

Música
Artes Cênicas
Artes Visuais
Desenho Industrial

SEÇÃO III
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE/
FACULDADE DE MEDICINA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Faculdade de Ciências da Saúde
Faculdade de Medicina

SEÇÃO IV - HUB
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Faculdade de Ciências da Saúde
Faculdade de Medicina

SEÇÃO V - ICC SUL
Dia 11/05: 8h30 às 21h
Dia 12/05: 8h30 às 21h
 
Faculdade de Agronomia e Med. Veterinária
Instituto de Geociências
Instituto de Letras
Instituto de Física
Instituto de Psicologia
Sismologia

SEÇÃO VI
ICC NORTE
Dia 11/05: 8h30 às 21h
Dia 12/05: 8h30 às 21h

Instituto de Ciências Humanas
Instituto de Ciências Sociais
Instituto de Ciências Exatas
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Faculdade de Comunicação
Departamento de Administração
Departamento de Economia

SEÇÃO VII - BCE
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Departamento de Ciência da Informação e Documentação

SEÇÃO VIII
FACULDADE DE ESTUDOS
SOCIAIS E APLICADOS
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h
 
Instituto de Ciência Política
Instituto de Relações Internacionais
Faculdade de Direito
Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

SEÇÃO IX
FACULDADE DE TECNOLOGIA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Depto. de Eng. Civil e Ambiental
Depto. de Eng. Elétrica
Depto. de Eng. Florestal
Depto. de Eng. Mecânica

SEÇÃO X
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
Dia 11/05: 8h30 às 21h
Dia 12/05: 8h30 às 21h

Faculdade de Educação
CEPPAC

SEÇÃO XI
FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Faculdade de Educação Física

SEÇÃO XII
FACULDADE UnB CEILÂNDIA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h
 
Faculdade UnB Ceilândia

SEÇÃO XIII
FACULDADE UnB GAMA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Faculdade UnB Gama

SEÇÃO XIV
FACULDADE UnB PLANALTINA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h
 
Faculdade UnB Planaltina

SEÇÃO XV
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h
 
Instituto de Ciências Biológicas

SEÇÃO XVI
INSTITUTO DE QUÍMICA
Dia 11/05: 8h30 às 18h
Dia 12/05: 8h30 às 18h

Instituto de Química
 
Nos dias 11 e 12, para o ANDES, vote na CHAPA 1 – AUTÔNOMA E DEMOCRÁTICA
Nos dias 18 e 19, para a ADUNB, vote na CHAPA 2 – PARTICIPAÇÃO E LUTA