Em 2008, a UnB viveu a mais grave crise ética, política e institucional de sua história democrática, que culminou com a deposição da administração, fruto da indignação a um dos maiores escândalos de corrupção da história da universidade pública brasileira. Tal deposição foi possível devido à ocupação da reitoria da UnB pelo movimento estudantil e à ação coordenada dos três segmentos da comunidade universitária. Às muitas denúncias que recaíram sobre aquela administração, seguiu-se a abertura de investigações sobre as fundações privadas que agiam de forma consorciada com a Universidade de Brasília. As fundações privadas, que, tornaram-se por este motivo nacionalmente célebres, foram mais tarde descredenciadas, mas sua herança ainda não foi erradicada da UnB. Todos estes fatos, extensivamente divulgadas pela mídia, são apresentados em relatórios publicamente disponíveis da Controladoria Geral da União, do Ministério Público do Distrito Federal, do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal.
A antiga reitoria, antes de ser deposta, repassou à FUBRA os direitos de concessão da Rádio Universitária da UnB, que hoje é operada pela FGI, uma instituição privada que, assim, fala em nome de toda a comunidade universitária com o nome de Rádio Inovação!
Este mesmo grupo se organizou em torno do CREDFUB, instituição financeira que sob o manto de “cooperativa de crédito” oferece empréstimos bancários aos docentes e servidores da UnB, sob o “nobre” pretexto de estar prestando um serviço às pessoas!
Como se nada tivesse acontecido, o mesmo grupo de docentes e servidores técnico-administrativos que se organizou ao longo de doze anos em torno das administrações de Lauro Morhy e Timothy, e que desde 2008 tem o controle da diretoria da ADUnB, busca agora se reorganizar no sentido de retomar o controle da administração de nossa UnB.
A crise ética, política e institucional de nossa UnB não se encerrou em 2008: com o beneplácito da impunidade, o mesmo grupo segue agindo com os mesmos métodos e os mesmos propósitos, dispostos a apagar a história da UnB e retomar o controle de sua administração
No momento em que caminhamos para as eleições de nossa ADUnB, é imperioso que os docentes da UnB possam dispor das informações necessárias para formar seu voto, seu juízo e sua posição política – sobretudo se considerarmos que, com o processo de expansão, centenas de novos docentes não viveram esta história e muitos não a conhecem.
A tentativa sistemática de transformar a greve contra o corte salarial que o governo busca nos impor num movimento de interesses políticos distintos foi marca registrada da atuação da atual direção da ADUnB nos últimos meses, chegando ao ponto de pedir a prisão de Ministros de Estado e até o impeachment do
Presidente da República! Não podemos aceitar que a ADUnB deixe de ser o órgão coletivo de auto-defesa dos docentes da UnB – em estreita articulação com nosso ANDES Sindicato Nacional – para ser reduzida à condição de instrumento de poder de um grupo que está disposto a tudo para retomar o controle sobre a administração da UnB.
Nos próximos anos, precisamos de uma direção da ADUnB que:
- não se limite a defender os interesses privados de poder de um grupo, mas seja capaz de informar à categoria sobre os duros ataques que são preparados pelo governo – na forma de projetos de lei que preveem congelamento salarial, restrição do direito de greve e fim do Regime Jurídico Único – e corganizar a resistência, em sintonia com os docentes e servidores de todo o país.
- não se utilize da grave crise que está sendo criada pelo corte de salários em nossa UnB para aprofundá-la ainda mais, dividir os docentes e a própria comunidade universitária, mas que tenha a autoridade e a capacidade moral e política que são necessárias para unir a UnB nas duras lutas que teremos de travar.
- não esteja identificada com aqueles que afundaram a UnB na mais grave crise ética, política e institucional de sua história, mas sim com as lutas que há dezenas de anos viemos travando em defesa da Universidade Pública e dos direitos dos docentes, dos servidores públicos e do conjunto da classe trabalhadora brasileira.
Vote CHAPA 2 – Participação e Luta
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